A Polícia Civil colheu, na tarde desta quarta-feira (07), novos depoimentos no âmbito do inquérito que investiga o pediatra Fernando Paredes Cunha Lima sobre a suspeita de abuso sexual em crianças durante consultas médicas e familiares do profissional.
Em entrevista ao programa Hora H, da Rede Mais Rádio, o advogado Bruno Fontes, que representa as vítimas, afirmou que além da primeira acusação, mais três mães de crianças procuraram a Polícia Civil. A sobrinha de Fernando, Gabriela Cunha Lima, e a irmã dela também foram ouvidas.
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“Diante do fato do processo tramitar em segredo de Justiça, não podemos passar muitas informações, até para preservar as crianças. O que podemos lhe adiantar, é que até agora já temos três possíveis vítimas, que foram ouvidas na delegacia, e as duas familiares, sobrinhas que remontam o caso”, afirmou.
Segundo o advogado, novas denúncias devem ser apresentadas ao Conselho Regional de Medicina da Paraíba.
“Já foi apresentada uma denúncia, um pedido de abertura de sindicância. Esperávamos que diante da gravidade dos fatos apontados e da robustez do depoimento da criança e da mãe, que eles atuam de forma totalmente convergente e que venha validar ainda mais o que foi levantado pela perícia. Esperávamos que no mínimo o CRM tivesse a atitude de suspender as atividades do indiciado”, afirmou o advogado de acusação.
Bruno ainda ressaltou a possibilidade de ainda mais vítimas se manifestarem. “Fatos bem relevantes, tocantes que já foram expostos. Estamos aguardando outras vítimas, que tenham coragem, após essa declaração dessa sobrinho do indiciado tivemos o contato de mais uma mãe que teve sua filha como vítima e estamos aguardando que ela seja ouvida amanhã”, finalizou.
Gabriela Cunha Lima, hoje com 41 anos, relatou ter sido abusada pelo tio, o pediatra Fernando Cunha Lima, quando tinha apenas 9 anos de idade, em 1991. O médico é investigado pela Polícia Civil da Paraíba após a mãe de uma criança denunciar o profissional. Ela acusa Fernando de ter abusado a filha de nove anos durante uma consulta médica em João Pessoa.
Em entrevista à TV Correio na tarde desta quarta-feira (07), Gabriela Cunha Lima descreveu como aconteceu o crime.
“A gente frequentava a casa dele, veraneava. Em um desses dias, ele me acordou. Eu dormia no quarto da filha dele. Eu lembro que ele tinha voltado para almoçar. Ele ficou brincando comigo, dizendo que eu tinha acordado de madrugada com saudades do meus pais. Eu fiquei sem entender, porque não lembrava de ter acordado de madrugada. Quando foi mais tarde, todo mundo desceu e ele me chamou no quarto”, relatou.
“Ele [Fernando Cunha Lima] abaixou a calça e pediu para eu colocar as mãos nos órgãos dele, ficar fazendo movimento. Ele pediu para eu baixar a minha calça e colocou nas minhas partes e pediu segredo”
Veja o depoimento:
O médico Fernando Cunha Lima, de 80 anos, é investigado pela Delegacia de Repressão aos Crimes contra Infância pela suspeita de abusar uma menina de nove anos dentro de seu próprio consultório médico no dia 25 de julho, em João Pessoa.
Após a consulta, a mãe da vítima foi até uma unidade da Polícia Civil onde foi registrado o Boletim de Ocorrência com a denúncia.
Ao Portal MaisPB, o superintendente da Polícia Civil, Cristiano Santana, informou que o profissional é investigado pelo crime de estupro de vulnerável, mais especificamente por um ato que foi denunciado, como atos libidinosos diversos da conjunção carnal, por apalpar ou até pela introdução de dedos ou mãos nas partes íntimas.
“O médico foi ouvido, a delegada que preside a investigação iniciou o interrogatório na última semana, mas foi suspenso por alegações de ordem médica, de saúde. O interrogado não estaria com condições de continuar até o término do interrogatório, ato que seguirá ao decorrer da semana. Além do interrogatório, outras diligências foram feitas pelas equipes, inclusive já comunicadas ao judiciário”, afirmou o superintendente.
O Conselho Regional de Medicina da Paraíba (CRM-PB) determinou, nesta quarta-feira (07), a abertura de uma sindicância para apurar a denúncia apresentada contra um médico Fernando Cunha Lima, de 80 anos, acusado pela família de uma criança de abusar a menina durante consulta médica em João Pessoa.
Em nota enviada à redação do Portal MaisPB, a entidade afirmou foi notificada pelo advogado da vítima sobre a acusação. O processo interno deverá durar cerca de 90 dias.
“Conselho pretende agir de forma célere para concluir a apuração, já que há um interesse social relevante, dando o amplo direito de defesa ao acusado”, diz o Conselho.
MaisPB